Com contrato perto do fim, Juninho diz que a probabilidade de ficar ainda não é 100% (fala em 90%). Mas recusou proposta para voltar ao Sport, considerando ser melhor seguir no Rio. Projeta um segundo semestre positivo, com a manutenção da base e não descarta, quem sabe, disputar mais uma Copa Libertadores pelo Vasco. Por que não? Ou seja, o Reizinho fica!
Aguardando pela assinatura do novo contrato, Juninho tem preferido não falar muito até que tudo esteja definido. Mas, nesta quarta-feira, em entrevista exclusiva ao LANCE!, contou um pouco sobre o futuro, mostrou ainda estar em dúvida sobre o que fazer ao se aposentar e, com a sinceridade de sempre, explicou até mesmo o porque de não estar conseguindo manter um grande rendimento nas cobranças de falta.
Confira a entrevista exclusiva de Juninho Pernambucano:
Aguardando pela assinatura do novo contrato, Juninho tem preferido não falar muito até que tudo esteja definido. Mas, nesta quarta-feira, em entrevista exclusiva ao LANCE!, contou um pouco sobre o futuro, mostrou ainda estar em dúvida sobre o que fazer ao se aposentar e, com a sinceridade de sempre, explicou até mesmo o porque de não estar conseguindo manter um grande rendimento nas cobranças de falta.
Confira a entrevista exclusiva de Juninho Pernambucano:
Faz pouco mais de um ano que você retornou. Até agora, foi tudo como esperava?
JUNINHO: No geral foi um pouco mais do que esperava. Fiz 50 jogos. Uma média muito boa. A performance também. Não tive tempo de adaptação como a maioria precisa, o que aconteceu também é que eu voltei não por não estar jogando bem, ou por não ter mais opção. Voltei porque quis. Na verdade, 90% dos que voltam, e eu não vou citar o nome de ninguém, não tinha mais mercado. Essa é a verdade. No geral, foi um retorno positivo. Mas gostaria de ser campeão mais uma vez pelo Vasco.
L!: Quanto doeu essa eliminação na Libertadores?
J: Se só se fala em Libertadores no Vasco, imagina no Corinthians, que nunca foi campeão e tem a maior torcida do Brasil? Cobrança é grande. Mas, para quem ficou muito tempo longe, acho que fizemos uma boa competição. A gente fica triste pela maneira que foi, pois acho que tivemos chances de ganhar os dois jogos.
L!: No aspecto técnico, esperava por um retorno tão bom?
J: Gostaria que eu pudesse aproveitar minha carreira até não aguentar mais. Existe esse preconceito com o mundo árabe, mas acho que o futebol de lá hoje é profissional. Não vou citar nomes, mas volta mal quem não gosta do futebol. Joguei 70 jogos e sabia que ia me apresentar ao Vasco, então continuei treinando com os preparadores. O que facilitou também é por já estar em um time encaixado, vencedor, com jogadores talentosos.
L!: Esse rendimento faz você pensar em estender a carreira? Isso explica os contratos de seis meses?
J: Tendência é a de que renove até o final do ano. Se mantiver o nível, tudo indica que posso jogar mais. Contrato de seis meses... Porque é melhor para todo mundo. É mais fácil me planejar para esses 4, 5 meses de competição do que saber que ano que vem já tem outra competição, que o clube vai ter que me pagar... Não é conversa fiada. É bom para todo mundo. As pessoas talvez não entendam, é um direito delas.
L!: O Juninho fica no Vasco? Houve uma proposta do Sport recentemente, mas você recusou.
J: Recebi proposta do Sport. Foi a única oficial. Comecei lá, sempre torci para o Sport, todo mundo sabe. Depois foi criada essa rivalidade, porque escolhi o Vasco para voltar. Mas é melhor ficar aqui, a tendência, 90%, é que fique aqui. Fizemos reuniões rápidas, curtas... E a gente sabe que meu caso é mais fácil. Até dia 4, tudo estará resolvido.
L!: A torcida do Sport parece que ficou chateada com sua decisão.
J: A primeira vez que fui ao estádio, tinha 6, 7 anos, levado pelas minhas irmãs, torcedoras do Sport. Vi o time ser campeão brasileiro de 1987. Hoje existe essa rivalidade, o torcedor não entende essa relação com o Vasco. Mas, profissionalmente, joguei apenas um ano e meio pelo Sport. Fui só uma vez campeão pernambucano. O clube foi campeão várias vezes, teve título brasileiro... Se eles fizerem uma lista de 30 jogadores mais importantes da História, eu não estaria nela. Nem merecia. Já no Vasco, fiquei cinco anos e meio, conquistei títulos.
L!: Já sua relação com os vascaínos é boa. Você sempre fala deles.
J: Eu já cobrei também do torcedor. Já falei que a torcida do Vasco era impaciente. É bom responder sobre isso para não passar a impressão de que sempre estou fazendo média. Não sou jogador de futebol 24 horas por dia. Sou um ser humano como outro qualquer. Trato os outros como gosto de ser tratado, mas como todo ser humano, tem dias que você está com menos paciência, um pouco mais de pressa. Sempre disse e nunca vou negar: sempre joguei para a torcida. Jogador de futebol que fala que não joga para a torcida está mentindo. A torcida é tudo.
L!: Como foi ouvir a música ‘Monumental’ na sua volta ao Vasco?
J: Nos primeiros jogos, quando a torcida cantava, por mais experiencia que eu tenha, sentia a pressão aumentar. Era como se criasse uma expectativa de que a cada vez que eu fosse cobrar uma falta iria acontecer aquele lance de novo.
L!: Aliás, o que acontece com as cobranças de falta? O aproveitamento não tem sido o mesmo...
J: Sempre disse que treinamento é fudamental. A repetição. No Lyon eu sempre treinei muito. Já tive uma média bem melhor do que essa de agora. É lógico que pela idade eu perdi um pouco de potência no chute. É muito difícil hoje me dar ao luxo de ficar treinando faltas. Não queria voltar para ser um simples batedor de falta, mesmo se eu pudesse fazer a diferença. Então perdi muita precisão também por essa falta de repetição. Mas foi uma opção minha, porque o desgaste é muito grande no Brasil e preferi estar bem fisicamente, correr os 90 minutos e deixar de treinar bola parada. Acho que ainda vou poder marcar alguns, mas não posso prometer que a minha precisão será a mesma. É ruim porque foi uma marca que pude construir.
L!: O Vasco teve problemas com salários atrasados. Como foi o diálogo com a diretoria?
J: Foi uma conversa aberta, como pouco se vê no futebol. Primeiramente partiu deles e tivemos oportunidade de falar também. O clube expôs o que estava passando, com problemas da outra gestão, com vários ex-funcionários ganhando na Justiça o direito de receber. Que isso estava dificultando. Mas essa gestão foi citada recentemente como exemplo. A gente entendeu, percebeu a vontade deles de resolver tudo.
L!: O que espera do time no Brasileiro? Está mais preparado?
J: Mais preparado e confiante. Acho que estamos no caminho certo. É a competição mais difícil do mundo, pelo equilíbrio. A volta do Dedé será importante, apesar de que Rodolfo e Renato Silva estavam muito bem. O Vasco conseguiu se reforçar também pela volta de jogadores. O Nilton, que estava lesionado, e o Carlos Alberto, que tem muito potencial e pode voltar para a Seleção. Acompanhava de longe e sempre imaginei isso para ele. Tem sido um prazer jogar a seu lado.
L!: Já sabe o que fazer quando parar de jogar?
J: Nessa idade que estou, tudo muda muito rápido. Não decidi também o que fazer porque não tenho uma proposta concreta, para ser diretor, comentarista. Só conversas, especulações. Vou ter calma para pensar a partir de quando parar. O certo é que quero continuar trabalhando com o futebol e espero fazer a opção certa.
JUNINHO: No geral foi um pouco mais do que esperava. Fiz 50 jogos. Uma média muito boa. A performance também. Não tive tempo de adaptação como a maioria precisa, o que aconteceu também é que eu voltei não por não estar jogando bem, ou por não ter mais opção. Voltei porque quis. Na verdade, 90% dos que voltam, e eu não vou citar o nome de ninguém, não tinha mais mercado. Essa é a verdade. No geral, foi um retorno positivo. Mas gostaria de ser campeão mais uma vez pelo Vasco.
L!: Quanto doeu essa eliminação na Libertadores?
J: Se só se fala em Libertadores no Vasco, imagina no Corinthians, que nunca foi campeão e tem a maior torcida do Brasil? Cobrança é grande. Mas, para quem ficou muito tempo longe, acho que fizemos uma boa competição. A gente fica triste pela maneira que foi, pois acho que tivemos chances de ganhar os dois jogos.
L!: No aspecto técnico, esperava por um retorno tão bom?
J: Gostaria que eu pudesse aproveitar minha carreira até não aguentar mais. Existe esse preconceito com o mundo árabe, mas acho que o futebol de lá hoje é profissional. Não vou citar nomes, mas volta mal quem não gosta do futebol. Joguei 70 jogos e sabia que ia me apresentar ao Vasco, então continuei treinando com os preparadores. O que facilitou também é por já estar em um time encaixado, vencedor, com jogadores talentosos.
L!: Esse rendimento faz você pensar em estender a carreira? Isso explica os contratos de seis meses?
J: Tendência é a de que renove até o final do ano. Se mantiver o nível, tudo indica que posso jogar mais. Contrato de seis meses... Porque é melhor para todo mundo. É mais fácil me planejar para esses 4, 5 meses de competição do que saber que ano que vem já tem outra competição, que o clube vai ter que me pagar... Não é conversa fiada. É bom para todo mundo. As pessoas talvez não entendam, é um direito delas.
L!: O Juninho fica no Vasco? Houve uma proposta do Sport recentemente, mas você recusou.
J: Recebi proposta do Sport. Foi a única oficial. Comecei lá, sempre torci para o Sport, todo mundo sabe. Depois foi criada essa rivalidade, porque escolhi o Vasco para voltar. Mas é melhor ficar aqui, a tendência, 90%, é que fique aqui. Fizemos reuniões rápidas, curtas... E a gente sabe que meu caso é mais fácil. Até dia 4, tudo estará resolvido.
L!: A torcida do Sport parece que ficou chateada com sua decisão.
J: A primeira vez que fui ao estádio, tinha 6, 7 anos, levado pelas minhas irmãs, torcedoras do Sport. Vi o time ser campeão brasileiro de 1987. Hoje existe essa rivalidade, o torcedor não entende essa relação com o Vasco. Mas, profissionalmente, joguei apenas um ano e meio pelo Sport. Fui só uma vez campeão pernambucano. O clube foi campeão várias vezes, teve título brasileiro... Se eles fizerem uma lista de 30 jogadores mais importantes da História, eu não estaria nela. Nem merecia. Já no Vasco, fiquei cinco anos e meio, conquistei títulos.
L!: Já sua relação com os vascaínos é boa. Você sempre fala deles.
J: Eu já cobrei também do torcedor. Já falei que a torcida do Vasco era impaciente. É bom responder sobre isso para não passar a impressão de que sempre estou fazendo média. Não sou jogador de futebol 24 horas por dia. Sou um ser humano como outro qualquer. Trato os outros como gosto de ser tratado, mas como todo ser humano, tem dias que você está com menos paciência, um pouco mais de pressa. Sempre disse e nunca vou negar: sempre joguei para a torcida. Jogador de futebol que fala que não joga para a torcida está mentindo. A torcida é tudo.
L!: Como foi ouvir a música ‘Monumental’ na sua volta ao Vasco?
J: Nos primeiros jogos, quando a torcida cantava, por mais experiencia que eu tenha, sentia a pressão aumentar. Era como se criasse uma expectativa de que a cada vez que eu fosse cobrar uma falta iria acontecer aquele lance de novo.
L!: Aliás, o que acontece com as cobranças de falta? O aproveitamento não tem sido o mesmo...
J: Sempre disse que treinamento é fudamental. A repetição. No Lyon eu sempre treinei muito. Já tive uma média bem melhor do que essa de agora. É lógico que pela idade eu perdi um pouco de potência no chute. É muito difícil hoje me dar ao luxo de ficar treinando faltas. Não queria voltar para ser um simples batedor de falta, mesmo se eu pudesse fazer a diferença. Então perdi muita precisão também por essa falta de repetição. Mas foi uma opção minha, porque o desgaste é muito grande no Brasil e preferi estar bem fisicamente, correr os 90 minutos e deixar de treinar bola parada. Acho que ainda vou poder marcar alguns, mas não posso prometer que a minha precisão será a mesma. É ruim porque foi uma marca que pude construir.
L!: O Vasco teve problemas com salários atrasados. Como foi o diálogo com a diretoria?
J: Foi uma conversa aberta, como pouco se vê no futebol. Primeiramente partiu deles e tivemos oportunidade de falar também. O clube expôs o que estava passando, com problemas da outra gestão, com vários ex-funcionários ganhando na Justiça o direito de receber. Que isso estava dificultando. Mas essa gestão foi citada recentemente como exemplo. A gente entendeu, percebeu a vontade deles de resolver tudo.
L!: O que espera do time no Brasileiro? Está mais preparado?
J: Mais preparado e confiante. Acho que estamos no caminho certo. É a competição mais difícil do mundo, pelo equilíbrio. A volta do Dedé será importante, apesar de que Rodolfo e Renato Silva estavam muito bem. O Vasco conseguiu se reforçar também pela volta de jogadores. O Nilton, que estava lesionado, e o Carlos Alberto, que tem muito potencial e pode voltar para a Seleção. Acompanhava de longe e sempre imaginei isso para ele. Tem sido um prazer jogar a seu lado.
L!: Já sabe o que fazer quando parar de jogar?
J: Nessa idade que estou, tudo muda muito rápido. Não decidi também o que fazer porque não tenho uma proposta concreta, para ser diretor, comentarista. Só conversas, especulações. Vou ter calma para pensar a partir de quando parar. O certo é que quero continuar trabalhando com o futebol e espero fazer a opção certa.
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