Se você fizer essa pergunta ao atual mandatário do clube, Roberto Dinamite, certamente ele dirá que para o “bem” do futebol carioca, a nossa casa pode receber sim partidas de outros times. Pode ser a casa do Fluminense, a casa do Flamengo. Para mim, e para a maioria dos Vascaínos, a resposta dessa questão é muito simples, vai muito mais além, e começa lá atrás, no início do século XX.
No começo do século passado São Januário foi erguido pelas nossas próprias mãos, fruto de uma necessidade imposta pelos outros grandes clubes que camuflava o preconceito. Fato que até hoje estampa de orgulho o sentimento de todo o Vascaíno. Hoje vemos alguns desses mesmos clubes em condições adversas. Sem estádios, Flamengo e Fluminense são obrigados recorrer à “boa vontade” de outros clubes que possuem estádio. Este último então, veio encontrar essa “boa vontade” que procurava aqui dentro da nossa casa. Nosso Presidente se recusa lembrar do nosso passado e da nossa história. Além disso, se recusa à lembrar de um passado não tão longíguo… No ano de 2009, esse mesmo Fluminense, mesmo não sendo diretamente afetado, mas principal interessado, resolveu mover ação no TJD pela suposta escalação irregular do jogador Jéferson durante partida contra o Americano pela primeira rodada do Campeonato Carioca. Mesmo sem termos vencido a partida e nos beneficiado da escalação do meia, perdemos 6 pontos, e consequentemente a vaga na semi-final que caiu nas mãos do tricolor. Tricolor esse que nos últimos anos, com total falta de ética assediou muitos dos nossos profissionais com contrato em vigor. Quem não se lembra do caso “Leandro Amaral”? Não podemos deixar que toda a nossa luta seja ignorada agora…
No próximo dia 20, São Januário será mais uma vez a “casa tricolor”. O Fluminense receberá o Nova Iguaçu em partida válida pela primeira rodada da Taça Guanabara. Nosso ainda não ideal gramado poderia ter um tempo à mais de recuperação. Não posso esconder o constrangimento de ver São Januário na TV, ser o palco de uma partida em que não se tenha de um dos lados o time que carrega a Cruz de Malta no peito. Imagino que eu não o sinta sozinho. Imagino que esse seja o sentimento da maioria dos Vascaínos. Para mim, os clubes que não tem condição, que a busquem. Desculpem-me… Me perdoem, me esqueci… Não é fácil. Não são todos que possuem uma torcida como a nossa para conseguir.
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