terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Juninho assina contrato de risco, fala em parar, mas sonha com última taça.

Juninho treina sob chuva em Atibaia: motivação total naquele que pode ser o último ano da carreira (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco


A terça-feira marcou o início do 19º ano de Juninho Pernambucano como jogador profissional. Mas também pode ser o último. O meia, que completa 37 anos no próximo dia 30, apresentou-se em Atibaia (SP) na madrugada desta sexta-feira, cinco dias depois do começo da pré-temporada, e assinou contrato com o Vasco válido por seis meses. Segundo ele, é um compromisso de risco, que tem pagamento relacionado aos jogos disputados. Ele avisa que buscará o segundo título da Libertadores com o time cruz-maltino, mas, depois disso, vai repensar a continuidade da carreira.
Motivação, entretanto, é o que não falta. Em forma e com dois quilos a menos em relação ao peso com o qual terminou 2011, Juninho afirmou que não pretende se aposentar sem conquistar ao menos mais um título pelo Vasco. Em entrevista coletiva, o camisa 8 falou sobre sua confiança no time para a temporada que se inicia e sobre a emoção de retornar à Libertadores depois de ser um dos personagens da campanha vitoriosa de 1998, lembrada até hoje com música da torcida.

Expectativa para mais uma temporada
- Deu para sentir que a expectativa do torcedor do Vasco é muito maior do que no ano passado. Afinal, a Libertadores é uma competição que todos gostam de disputar. Começo meu 19º ano como profissional com a mesma vontade de sempre e espero ajudar a equipe a fazer uma grande campanha, conquistando ao menos um título. É um privilégio fazer o que gosto, e só tenho a agradecer por ter saúde para estar em campo. Lógico que há dias em que o corpo não responde da forma como eu gostaria, mas me recupero com alimentação e descanso e fico pronto para trabalhar. Nesse reinício de temporada o corpo sofre, mas a vontade de jogar é maior.
Novo contrato com o Vasco
- O Vasco me propôs um ano de contrato, mas preferi seis meses. É um pouco diferente do acordo que fiz quando voltei em 2011, mas também vai ser por objetivos conquistados. Diria até que é um contrato de risco, porque vou receber se jogar. Mas achei melhor dessa forma, porque me motiva mais. Foi um jeito que me deixou mais liberado, dessa forma consegui jogar o Brasileiro do ano passado. É um tiro curto e vou me dedicar para fazer o melhor.
Aposentadoria
- Depois desses seis meses, se eu achar que não tenho condições, paro de jogar. Se tudo correr bem, a gente prolonga e eu decido a vida mais para a frente. Espero ter a condição de continuar no futebol jogando por pelo menos mais um ano, mas não passa pela minha cabeça assumir um cargo no Vasco logo em seguida que parar. Preciso me preparar para isso. Por enquanto meu pensamento está voltado para o campo. Quero jogar, render e ajudar o Vasco a ganhar. Não dá para mudar o foco, caso contrário é melhor parar mesmo. Mas sei que não é o momento de assumir algo importante fora do gramado, porque não estou preparado.
Juninho: expectativa da volta à Libertadores
(Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco

Libertadores- Lógico que todo mundo quer o título, mas não dá para prometer. Apenas sei que o time vai lutar muito. Ano passado foi muito difícil, e o grupo deu uma resposta positiva. Nossa participação na Copa Sul-Americana também serviu como uma preparação. Neste início de ano tivemos as perdas do Eder Luis e do Romulo, machucados, mas estamos motivados e esperamos fazer uma grande campanha. O Nacional-URU, primeiro adversário, começou a treinar 15 dias antes do Vasco. Então acho importante que aqueles que começarão a partida no dia 8 de fevereiro tenham uns bons minutos jogados para adquirirem ritmo. Nossa tabela é difícil, porque disputamos as duas últimas partidas fora de casa. Então o Vasco já começa a competição com a faca no pescoço, com a obrigação de vencer.
Volta à competição
- Pode ser a minha última Libertadores, porque não sei se vou estar jogando no ano que vem. É uma competição que dá a oportunidade de disputar o Mundial, algo que o Vasco não tem. Para mim, representa muito, porque tive a sorte e a felicidade de ter participado da única conquista do Vasco até o momento. Nunca vou esquecer, e para o clube ficou marcado. Fico feliz quando venço jogos e conquisto títulos. Depois da volta, ainda não fui campeão. Sonho, antes de terminar a carreira, conquistar mais um título pelo Vasco.
Posicionamento em campo
- Vai ser de acordo com o que o Cristóvão (Borges) decidir, mas no ano passado meu rendimento foi melhor quando joguei mais atrás, com Romulo e Nilton. É bom para tentar ditar o ritmo do jogo e ajudar o Vasco. Mesmo assim, a comissão técnica promoveu um rodízio, com os jogadores atuando em várias posições, e foi positivo. Quero colaborar, mas minha preocupação é recuperar minha forma e estar pelo menos em condição de disputar a posição com os outros jogadores.

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