Hoje um dos maiores ídolos da história recente do Vasco completa 34 anos de idade e se o clube teve uma década de noventa maravilhosa, ele foi um dos grandes responsáveis. Mesmo sendo na maioria das vezes ofuscado por Edmundo, Romário, Felipe, Juninho Pernambucano e Mauro Galvão, outros ídolos cruzmaltinos, Pedrinho teve sua importância e por isso tem um espaço reservado no coração de cada um dos torcedores do Gigante da Colina.
'Nascido' em São Januário, onde chegou ainda com seis anos, o hoje ex-jogador tinha tudo para ser um dos maiores jogadores que o Brasil já viu, mas algumas graves lesões o impediram de se tornar tudo que esperavam que ele pudesse ser. Apesar dessas dificuldades, Pedrinho nunca desistiu e tentou até o fim fazer o que mais gosta: jogar futebol. Infelizmente, em 2009 ele teve que abandonar o futebol e por conta disso passou a cuidar mais da família.
Mas, se engana quem pensa que o Vasco foi deixado de lado. O amor de Pedrinho pelo Gigante da Colina fica bem claro na entrevista que pode ser conferida abaixo, concedida por ele com exclusividade ao Supervasco.com. Nela, o ex-jogador lembra de momentos da carreira, revela alguns detalhes curiosos do fim de sua trajetória no futebol e abre o coração.
Confira abaixo a entrevista exclusiva:
Quando você iniciou sua carreira profissional imaginava que teria tanto sucesso?
Pedrinho- Não imaginava. As coisas eram muito difíceis e era um sonho muito distante. Cheguei ali em 1983, tinha seis anos de idade e comecei no Futsal. Em 89, o futebol de campo precisou de jogadores dessa idade e sabiam que eu jogava salão muito bem junto com o Felipe e nos levaram para o campo. Depois disso, a gente ficou jogando salão e campo sempre com o sonho de ser profissional, mas não tinha essa certeza e essa coisa muito aflorada. Depois a gente foi subindo de categoria e quando foi chegando mais perto eu sofria muito por ser magrinho e por conta do tamanho. Quando eu cheguei no juniores, pensava que as coisas iriam ficar piores para mim, pois era para eu ficar três anos. Acabou que eu nem fiquei um ano e já subi logo para o profissional com 17 anos. Foi um começo difícil, pois o Vasco estava mal em 1995. Depois as coisas começaram a acontecer de uma forma boa, foi tudo melhorando e foi aí que eu comecei a idealizar tudo que podia acontecer. Para mim tudo muito gratificante, porque é o time que eu amo, o time onde eu cresci e o que todos gostam, pois minha família é vascaína. Eu aprendi a gostar desde cedo do Vasco e isso não falo da boca para fora, todos que me conhecessem nessa vida sabem que digo a verdade. Então, poder conquistar na vida tudo que conquistei no Vasco teve um sentimento duplo, como torcedor e como jogador.
Qual conquista foi mais especial para você?
Pedrinho- A de 1997 foi muito importante porque foi o meu primeiro título como profissional e foi logo um título Brasileiro. Depois eu acho que todos os títulos são legais, é óbvio, mas a Libertadores foi muito especial porque é um título tão sonhado por todos. Muitos jogadores com carreiras brilhantes não conseguem ganhar e eu tive a oportunidade de ganhar pelo Vasco. O gol do Juninho foi tão importante contra o River Plate que a maioria das pessoas se esquecem que nas quartas-de-finais contra o Grêmio os dois gols foram meus. No Olímpico foi 1 a 1 e em São Januário foi 1 a 0 com gol meu. Só que depois das quartas-de-finais teve uma parada para alguma coisa e só voltamos para a semifinal, jogo no qual o Juninho fez o gol contra o River Plate. Então, para mim foi muito importante aquele momento final e um título inesquecível foi mesmo o da Libertadores.
Como você avalia sua carreira? Acredita que poderia ter sido mais do que foi, inclusive com uma sequência maior na Seleção Brasileira, se não tivesse passado por tantas contusões?
Pedrinho- Acho que sim. Eu tinha um futuro promissor e até o Milan teve interessado em me levar eu levar o Felipe, teve essa especulação, mas o Eurico achou melhor a gente esperar ser mais valorizado e eu também queria ficar mais tempo no Vasco. Tem muitos jogadores que tem as lesões que eu tive e não consegue dar sequência, eu consegui dar sequência, mas não foi do jeito que seria na minha cabeça sem a lesão. Eu já vinha sendo convocado em todas as seleções de base, disputando todos os campeonatos mundiais. Fui convocado pela primeira vez para a principal numa quinta-feira e a apresentação seria numa segunda, mas teve um jogo entre a convocação e a apresentação no qual eu me machuquei. Foi aí que começou a sequência de problemas. Depois até fui convocado umas três vezes para a seleção, mas não do jeito que eu imaginava, com uma sequência de disputas de Copa América, de Mundial, enfim. Minha carreira tomou um rumo que não era esperado pelo meu início no Vasco. Fico triste porque eu queria ter jogado mais no campo, gostava muito de jogar, e eu só joguei muito em 1997 e 1998, onde joguei muitas partidas e foi muito bom. Depois, eu jogava pouco e isso me deixou muito triste, pois eu parei de jogar sem atuar em muitos jogos. Isso para mim foi um pouco difícil.
A torcida vascaína lembra até hoje de sua grande exibição contra o Flamengo em 2000. Na oportunidade, você marcou um gol e aplicou vários dribles nos atletas rubro-negros. Que lembrança você tem dessa partida? O que você sentia quando enfrentava o Flamengo? Tinha um gostinho especial?
Pedrinho- Tinha que ter. Eu nunca gostei do Flamengo. Teve um jogo no ano anterior contra o Flamengo e como eu tava machucado, não podia jogar, o pessoal da TV Globo me chamou para fazer o intervalo do jogo. Eu fiquei o intervalo do jogo na cabine e quando eu apareci os torcedores do Flamengo começaram a me xingar e a me chamar de ‘Bichado’. Eu tava num momento muito triste, porque era a segunda lesão,estava muito emotivo e comecei a chorar. Na época o Falcão que tava na cabine comigo me deu força e disse que todo aquele momento ruim iria passar. Daí em diante eu fiquei seco para jogar contra o Flamengo e meu primeiro jogo contra eles depois desses problemas foi esse. Então, eu descarreguei toda a minha energia naquele jogo e foi muito bom. Para mim era sempre muito bom enfrentar o Flamengo. Eu carregava o sentimento de que se nós vencêssemos o jogo proporcionaríamos uma alegria muito grande para o torcedor vascaíno.
Em 2008, após um longo período longe, você voltou para o Vasco. Diferentemente das outras vezes o que ficou marcado não foram os seus dribles ou seus belos gols, mas sim o momento em que você chorou ao perceber que o clube seria rebaixado para a segunda divisão. O que passou pela sua cabeça naquele momento? Acha que poderia ter contribuído mais dentro de campo naquele ano?
Pedrinho- Foi um ano muito estranho para mim dentro do Vasco, pois nunca imaginei que passaria as coisas que passei ali. Em 2007, no Santos, eu joguei muito bem, joguei 59 jogos no ano, fiz todo um trabalho de prevenção com o fisioterapeuta Filé, que me ajudou muito, fui campeão Paulista, fui vice-campeão Brasileiro, fui semifinalista da Libertadores. Enfim, foi um ano muito bom para mim, foi um resgate da minha carreira. Aí em 2008 eu fui logo para o Emirados Árabes e voltei em agosto. Eu tava tranqüilo, tava bem e sem lesão. É lógico que a gente precisa de uma readaptação ao futebol, mas eu não tinha passado muito tempo fora, só sete ou oito meses no máximo. Quando eu cheguei aqui o Vasco estava na 16ª colocação, uma posição acima da zona de rebaixamento. Na época o meu empresário era até o Luisinho Quintanilla, que jogou comigo no Vasco. Como eu tinha tido um ano anterior muito bom, eu tive muitas propostas, mas eu queria ir para o Vasco. Na minha cabeça eu pensei: ‘o Vasco está nessa situação, então eu voltar e ajudar o time a sair dessa situação, pois a torcida tá muito triste. Vou voltar, ajudar ali, faço mais dois ou três anos de contrato e encerro a carreira’. Mas, parecia que eu tava pedindo um favor. Não era essa diretoria do Rodrigo Caetano não, tinha o Roberto Dinamite, mas não era o Rodrigo Caetano não. Ele só chegou em 2009. Então, parecia que eu tava pedindo para jogar. Uma hora eles falavam que tava tudo certo, outra hora que não tava. Fizeram o contrato do jeito que eles queriam, o valor era baixíssimo e tenho certeza de que um dos menores valores daquele grupo que estava lá, mas eu não tava me importante com isso, só me senti muito desprestigiado por eles terem demorado para definir a minha ida ou não. Foi muito complicado e decepcionante. Depois que consegui assinar o contrato eu não jogava, jogava pouco. Teve um jogo contra o Atlético-MG em que estávamos perdendo por 4 a 0 e o Renato Gaúcho me botou faltando um minuto. Na oportunidade, eu entrei em campo e o juiz acabou o jogo. Foram muitas coisas estranhas. No final, quando todos esperavam uma renovação, até porque eu não tinha jogado, o Roberto disse que tinha tido muitas oportunidades e que eu não tinha aproveitado. Foi quando o Jornal Lance fez uma reportagem e mostrou que se somassem todos os minutos que eu joguei, não dariam nem duas partidas. Então, como é que um cara vai conseguir em menos de dois jogos provar? Acho que não tinha que provar no que diz respeito ao aspecto técnico, mas não renovei e foi aí que começou o fim da minha carreira. Fui para o Figueirense depois, mas para mim o fim da minha carreira foi aí.
A não renovação com o Vasco foi um dos motivos que te levou a encerrar a carreira?Pedrinho- A de 1997 foi muito importante porque foi o meu primeiro título como profissional e foi logo um título Brasileiro. Depois eu acho que todos os títulos são legais, é óbvio, mas a Libertadores foi muito especial porque é um título tão sonhado por todos. Muitos jogadores com carreiras brilhantes não conseguem ganhar e eu tive a oportunidade de ganhar pelo Vasco. O gol do Juninho foi tão importante contra o River Plate que a maioria das pessoas se esquecem que nas quartas-de-finais contra o Grêmio os dois gols foram meus. No Olímpico foi 1 a 1 e em São Januário foi 1 a 0 com gol meu. Só que depois das quartas-de-finais teve uma parada para alguma coisa e só voltamos para a semifinal, jogo no qual o Juninho fez o gol contra o River Plate. Então, para mim foi muito importante aquele momento final e um título inesquecível foi mesmo o da Libertadores.
Como você avalia sua carreira? Acredita que poderia ter sido mais do que foi, inclusive com uma sequência maior na Seleção Brasileira, se não tivesse passado por tantas contusões?
Pedrinho- Acho que sim. Eu tinha um futuro promissor e até o Milan teve interessado em me levar eu levar o Felipe, teve essa especulação, mas o Eurico achou melhor a gente esperar ser mais valorizado e eu também queria ficar mais tempo no Vasco. Tem muitos jogadores que tem as lesões que eu tive e não consegue dar sequência, eu consegui dar sequência, mas não foi do jeito que seria na minha cabeça sem a lesão. Eu já vinha sendo convocado em todas as seleções de base, disputando todos os campeonatos mundiais. Fui convocado pela primeira vez para a principal numa quinta-feira e a apresentação seria numa segunda, mas teve um jogo entre a convocação e a apresentação no qual eu me machuquei. Foi aí que começou a sequência de problemas. Depois até fui convocado umas três vezes para a seleção, mas não do jeito que eu imaginava, com uma sequência de disputas de Copa América, de Mundial, enfim. Minha carreira tomou um rumo que não era esperado pelo meu início no Vasco. Fico triste porque eu queria ter jogado mais no campo, gostava muito de jogar, e eu só joguei muito em 1997 e 1998, onde joguei muitas partidas e foi muito bom. Depois, eu jogava pouco e isso me deixou muito triste, pois eu parei de jogar sem atuar em muitos jogos. Isso para mim foi um pouco difícil.
A torcida vascaína lembra até hoje de sua grande exibição contra o Flamengo em 2000. Na oportunidade, você marcou um gol e aplicou vários dribles nos atletas rubro-negros. Que lembrança você tem dessa partida? O que você sentia quando enfrentava o Flamengo? Tinha um gostinho especial?
Pedrinho- Tinha que ter. Eu nunca gostei do Flamengo. Teve um jogo no ano anterior contra o Flamengo e como eu tava machucado, não podia jogar, o pessoal da TV Globo me chamou para fazer o intervalo do jogo. Eu fiquei o intervalo do jogo na cabine e quando eu apareci os torcedores do Flamengo começaram a me xingar e a me chamar de ‘Bichado’. Eu tava num momento muito triste, porque era a segunda lesão,estava muito emotivo e comecei a chorar. Na época o Falcão que tava na cabine comigo me deu força e disse que todo aquele momento ruim iria passar. Daí em diante eu fiquei seco para jogar contra o Flamengo e meu primeiro jogo contra eles depois desses problemas foi esse. Então, eu descarreguei toda a minha energia naquele jogo e foi muito bom. Para mim era sempre muito bom enfrentar o Flamengo. Eu carregava o sentimento de que se nós vencêssemos o jogo proporcionaríamos uma alegria muito grande para o torcedor vascaíno.
Em 2008, após um longo período longe, você voltou para o Vasco. Diferentemente das outras vezes o que ficou marcado não foram os seus dribles ou seus belos gols, mas sim o momento em que você chorou ao perceber que o clube seria rebaixado para a segunda divisão. O que passou pela sua cabeça naquele momento? Acha que poderia ter contribuído mais dentro de campo naquele ano?
Pedrinho- Foi um ano muito estranho para mim dentro do Vasco, pois nunca imaginei que passaria as coisas que passei ali. Em 2007, no Santos, eu joguei muito bem, joguei 59 jogos no ano, fiz todo um trabalho de prevenção com o fisioterapeuta Filé, que me ajudou muito, fui campeão Paulista, fui vice-campeão Brasileiro, fui semifinalista da Libertadores. Enfim, foi um ano muito bom para mim, foi um resgate da minha carreira. Aí em 2008 eu fui logo para o Emirados Árabes e voltei em agosto. Eu tava tranqüilo, tava bem e sem lesão. É lógico que a gente precisa de uma readaptação ao futebol, mas eu não tinha passado muito tempo fora, só sete ou oito meses no máximo. Quando eu cheguei aqui o Vasco estava na 16ª colocação, uma posição acima da zona de rebaixamento. Na época o meu empresário era até o Luisinho Quintanilla, que jogou comigo no Vasco. Como eu tinha tido um ano anterior muito bom, eu tive muitas propostas, mas eu queria ir para o Vasco. Na minha cabeça eu pensei: ‘o Vasco está nessa situação, então eu voltar e ajudar o time a sair dessa situação, pois a torcida tá muito triste. Vou voltar, ajudar ali, faço mais dois ou três anos de contrato e encerro a carreira’. Mas, parecia que eu tava pedindo um favor. Não era essa diretoria do Rodrigo Caetano não, tinha o Roberto Dinamite, mas não era o Rodrigo Caetano não. Ele só chegou em 2009. Então, parecia que eu tava pedindo para jogar. Uma hora eles falavam que tava tudo certo, outra hora que não tava. Fizeram o contrato do jeito que eles queriam, o valor era baixíssimo e tenho certeza de que um dos menores valores daquele grupo que estava lá, mas eu não tava me importante com isso, só me senti muito desprestigiado por eles terem demorado para definir a minha ida ou não. Foi muito complicado e decepcionante. Depois que consegui assinar o contrato eu não jogava, jogava pouco. Teve um jogo contra o Atlético-MG em que estávamos perdendo por 4 a 0 e o Renato Gaúcho me botou faltando um minuto. Na oportunidade, eu entrei em campo e o juiz acabou o jogo. Foram muitas coisas estranhas. No final, quando todos esperavam uma renovação, até porque eu não tinha jogado, o Roberto disse que tinha tido muitas oportunidades e que eu não tinha aproveitado. Foi quando o Jornal Lance fez uma reportagem e mostrou que se somassem todos os minutos que eu joguei, não dariam nem duas partidas. Então, como é que um cara vai conseguir em menos de dois jogos provar? Acho que não tinha que provar no que diz respeito ao aspecto técnico, mas não renovei e foi aí que começou o fim da minha carreira. Fui para o Figueirense depois, mas para mim o fim da minha carreira foi aí.
Pedrinho- Sim. Quando o Vasco não quis renovar comigo, eu coloquei na minha cabeça que não jogaria mais, pelo fato do Vasco ter caído, de ter nascido ali e de ter conquistado vários títulos com a camisa do clube. Imaginava que os torcedores estavam tristes comigo, pois eu fazia parte do grupo mesmo sem jogar. Então, por tudo que passei, pela falta de oportunidades, eu coloquei na cabeça que iria encerrar a carreira. Só que eu recebi uma ligação do pessoal do Figueirense, de um investidor, e eles vieram conversar comigo dizendo que outros jogadores já haviam ido para lá desacreditados, como o Edmundo, que do Nova Iguaçu foi para lá e teve mais dois anos de contrato, o Cléber zagueiro... O Figueirense tinha essa característica de recuperar os jogadores e eles acabaram me convencendo. Mas eu fui já muito triste com tudo isso e acabou que as coisas não deram certo lá. O contrato era até o final do ano, mas perto do meu aniversário resolvi rescindir o contrato e parar de jogar.
Você ainda guarda alguma mágoa da atual gestão do Vasco?
Pedrinho- Não guardo mágoas do Roberto não. Só acho as pessoas que estavam ao lado do Roberto naquele momento não eram ao meu favor. Eu só acho que a avaliação que ele fez a meu respeito, que eu tinha tido muitas oportunidades, foi errada. O contrato na época foi feito do jeito que eles queriam, não exigi nada. Poderia está preocupado com um monte de coisa, mas não exigi nada e tive um salário baixíssimo. Eu me senti muito desprestigiado, mas não guardo mágoas.Só queria ter tido a oportunidade de ter jogado, como outros jogadores vem tendo. Se não fosse bem, seria cobrado e se fosse bem, todo mundo iria elogiar. Só fiquei triste com isso, mas são coisas que acontecessem.
Você pelo visto tem gostado do trabalho do Rodrigo Caetano...
Pedrinho- O Rodrigo Caetano, apesar de não fazer parte daquela história vitoriosa do Vasco, é um cara que tenta sempre homenagear os seus ídolos, quem fez história no clube. É um cara que tá tentando fazer isso. Trouxe o Felipe, se esforçou para trazer o Juninho, está lá com o Carlos Germano e sempre que pode a gente se fala. É um cara que tá fazendo um grande trabalho no Vasco.
Como você recebe o carinho do torcedor, que hoje tem como um ídolo?
Pedrinho- O maior presente que eu tenho hoje é a alegria de poder ser reconhecido pelo torcedor do Vasco. É está na rua com o meu filho e o torcedor vir falar comigo e elogiar. Isso aí para mim é o maior de todos os títulos. O maior título é o carinho das pessoas. É lógico que a maioria dessas crianças não me viram jogar, mas as pessoas mais velhas viram e contam para eles. O que o torcedor faz por mim é um coisa impressionante. Às vezes eu vou brincar no Showbol e vejo o carinho do torcedor. Na apresentação do Felipe... Eu queria poder retribuir isso, mas infelizmente não é possível. O carinho é muito grande e eu fico até emocionado em falar. Só quando a gente para de jogar que percebe se fez alguma coisa de importante para o clube ou não. Eu só tenho a agradecer a torcida do Vasco por tudo.
Você cresceu junto com o Felipe no Vasco. Ambos começaram no Futsal, passaram por todas as categorias da base do clube e chegaram juntos ao profissional, onde brilharam e fizeram a alegria da imensa torcida cruzmaltina. O que você pode falar sobre o Felipe? De que forma você analisa a fase vivida por ele atualmente?
Pedrinho- Falar do Felipe é muito bom. O Felipe é meu irmão mesmo. Hoje, agora, com ele morando no Brasil, antes ele estava no Qatar e eu no Emirados, a gente se vê quase quatro vezes por semana. Nossas famílias são amigas, nossos filhos são amigos. Sou 65 dias mais velho que o Felipe, meu filho é 65 dias mais velho que o filho dele e o outro filho dele nasceu exatamente no dia do meu aniversário. São muitas coincidências. O Felipe sempre foi um cara que me ajudou muito desde pequeno, a condição dele sempre foi melhor que a minha. O pai dele sempre me ajudou muito, a família dele com um todo. Então, é um cara que eu torço muito. Sofro muito quando ele é criticado, pois muitos julgam ele por um jeito que ele interpreta as coisas sem saber o coração que ele tem. Eu sabia do talento, todo mundo sabe do talento que ele tem e eu acreditava muito que ele iria voltar a jogar um bom futebol. Felipe veio do mundo árabe, assim como eu, mas ele passou um período muito mais longo lá e era normal essa readaptação, já que lá não treina, só um pouquinho, não tem treino físico. Então, o início foi difícil e ele foi muito criticado por isso. Hoje ele tá jogando o fino da bola, muita categoria. Eu me sinto representado um pouco por ele dentro de campo, pois quando o vejo em campo eu vejo toda aquela geração ali e isso me faz muito bem.
O Juninho Pernambucano foi outro jogador que esteve ao seu lado em momentos vitoriosos da história recente do Vasco. Como você vê o retorno desse jogador para o Vasco? O que você falar sobre ele?Pedrinho- O Juninho é um cara que se cuida muito, sempre se cuidou muito. É um cara que tem uma bola parada muito precisa. Ele não passou muito tempo no mundo árabe, só uma temporada, o restante foi na Europa. É um cara que se identifica com o clube, tem um história dentro do clube, e a gente torce para que ele não pare logo no final do ano. Espero que ele dispute a Libertadores e ajude o Vasco a conquista o bi-campeonato.
Você conhece o clube como poucos e com certeza deve ter se emocionado com a conquista da Copa do Brasil. O que esse título representa para o Gigante da Colina? De que forma você analisa o elenco que hoje defende as cores do Vasco?
Pedrinho- Foi uma experiência única esse jogo contra o Coritiba lá. Por incrível que pareça eu assisti ao jogo na arquibancada do Vasco por conta de um imprevisto que aconteceu lá. Foi emocionante, pois quando passei e os torcedores me viram, ninguém acreditou. Foi maravilhosa a sensação, pois achava que nunca iria sentir. Foi muito bom, um título maravilhoso. O Ricardo Gomes é um cara formidável e o elenco do Vasco tem grandes jogadores, com meninos surgindo. A formação do grupo está bom, acho que o Vasco está no caminho certo e tem time para disputar a Libertadores. É lógico que precisa de dois ou três para compor o elenco, para utilizar nos imprevistos, mas acho que o Vasco está no caminho certo.
Pedrinho- Foi uma experiência única esse jogo contra o Coritiba lá. Por incrível que pareça eu assisti ao jogo na arquibancada do Vasco por conta de um imprevisto que aconteceu lá. Foi emocionante, pois quando passei e os torcedores me viram, ninguém acreditou. Foi maravilhosa a sensação, pois achava que nunca iria sentir. Foi muito bom, um título maravilhoso. O Ricardo Gomes é um cara formidável e o elenco do Vasco tem grandes jogadores, com meninos surgindo. A formação do grupo está bom, acho que o Vasco está no caminho certo e tem time para disputar a Libertadores. É lógico que precisa de dois ou três para compor o elenco, para utilizar nos imprevistos, mas acho que o Vasco está no caminho certo.
Você esteve em Curitiba?
Pedrinho- Fui, estive em Curitiba. Assisti na arquibancada. A festa foi bonita, foi linda. Quando o Coritiba fez o terceiro gol eu pensei: ‘Meu Deus, não acredito, os caras vão virar o jogo’. Mas, graças a Deus deu tudo certo.
O que pode falar do Seu Severino, que faleceu recentemente?
Pedrinho- O Severino é um senhor muito agradável e que tem uma história linda em São Januário. Era um cara que estava sempre de alto astral mesmo passando com dificuldades em relação a salário. Era um cara alegre independente de qualquer coisa. Vou sentir uma saudade muito grande porque convivia com ele diariamente.
O que o Pedrinho faz hoje da vida? Pensas em voltar a trabalhar no futebol num futuro próximo, quem sabe no Vasco?
Pedrinho- Seria uma coisa interessante, mas não como treinador porque não gosto muito. Voltar ao Vasco seria muito bom, muito agradável. Hoje eu cuido do meu filho, da minha esposa, que está grávida de novo, da minha família e tenho aproveitado a vida pessoal mais do que quando jogava. Quem sabe um dia volta para fazer alguma coisa? Vamos esperar.
Em sua opinião o que falta para o Vasco voltar a revelar talentos como na década de 90? Que conselho você poderia dar para o jovem que hoje defende as cores do Vasco na categorias inferiores?
Pedrinho- Acho que esse título foi importante para isso, pois vai acalmar o torcedor e ele passará ater mais paciência. Às vezes o menino sobe quando a fase não é tão boa, ele acaba sendo cobrado e mesmo tendo qualidade não consegue lidar com esse momento de pressão por ser jovem. Acho que o Vasco sempre teve a característica de revelar grandes jogadores e hoje tem o Allan e o Romulo, que são grandes jogadores e tem tudo para crescer ainda mais. Na base do Vasco também tem jogadores importantíssimos também. O que poderia dizer a eles é que não desistam nunca e manter sempre o sonho. Tem que ter o amor mesmo de vestir a camisa, porque isso trás uma contribuição muito grande, pois toda vez que você for jogar pelo clube que você ama, que você gosta e que você sofre, quando perde você chora. É bom ter esse envolvimento, pois você se dedica mais. Então, que eles não desistam nunca, pois a oportunidade quando menos você espera ela aparece e às vezes a primeira oportunidade é a última chance e tem que tá sempre preparado.
O que representa o Vasco para você e qual a importância dele para a sua vida?
Pedrinho- O Vasco foi tudo para mim. Eu passei a minha infância ali em São Januário. Eu cheguei com seis anos e a minha diversão era jogar futebol de salão ali. Chegava cedo, às vezes, junto com o Felipe, o Luisinho, e a gente jogava futebol de botão. Sou muito grato por ter passado a minha infância ali. Sofri muito todo dia para estar ali, pois não tinha uma condição financeira e era um esforço muito grande que meu pai fazia para me levar a São Januário. Eu entrei em 1983 e sai em 2001, então foram mais ou menos 18 anos em São Januário. Uma das melhores alegrias que eu tenho, quando posso ir a São Januário, é falar com o faxineiro, com os médicos, enfermeiros, pessoal da segurança e todas as pessoas que me viram crescer e que ainda estão lá. Então, para mim é muito bom. O que posso falar é que meu amor pelo Vasco é muito grande. Queria ter jogado muito mais vezes pelo Vasco. Não tive a oportunidade de jogar aquele jogo contra o Real Madrid, pois depois da final da Libertadores eu machuquei o joelho. Queria ter jogado o Mundial aqui no Rio de Janeiro, mas foi uma coisa que não pude fazer e isso me deixa um pouco triste. Mas, meu amor pelo Vasco e pela torcida é imenso.
Se o Vasco resolvesse fazer uma festa de despedida em sua homenagem, você aceitaria?
Pedrinho- Eu aceitaria, porque tudo que vem diretamente do Vasco me deixa muito orgulhoso. A minha história, não só a minha, pois meu pai trabalhou lá de motorista de caminhão, é um relacionamento. Só não gosto de nada forçado. Se for espontâneo, natural, seria bom. É quando a gente para de jogar que a gente percebe o valor das coisas. Às vezes a gente está jogando, está tão envolvido ali, que a gente não consegue valorizar o que a gente tem. Só aí a gente volta no tempo e lembra que jogava bola, jogava no Vasco e sente falta. Sentiria-me muito honrado com a homenagem, mas acho que outros jogadores também mereciam.
Por fim, gostaria que você deixasse uma mensagem para a imensa torcida vascaína, que durante tanto tempo vibrou com seus gols e com suas belas jogadas.
Pedrinho- Eu queria agradecer muito, agradecer de coração por tudo que eles fazem por mim até hoje. Queria dizer que para mim a torcida do Vasco é a mais fiel, a maior torcida e demonstrou isso a todo momento que o Vasco teve para cair e depois quando caiu. Ela tava cobrando, ela tava sofrendo, porque é um time de vitória, é um time que vive de vitórias, é um time vitorioso. Se hoje eu sou reconhecido em São Januário, sou alguma coisa, eu devo muito ao torcedor que me aceitou, teve paciência comigo, entendeu meu jeito, sofreu quando me machuquei. Então, o maior título para mim hoje é a torcida do Vasco, o carinho que tem por mim. Meu filho hoje que não me pôde ver jogando fica perguntando as coisas e isso me dói, porque queria estar jogando para ele ver. Então, a maior lembrança e a prova de que eu fui alguma coisa para o Vasco são os torcedores que vem falar comigo. Só tenho a agradecer a torcida do Vasco.
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