Como explorar um perfil de consumidor que representa 53% da população brasileira, composto por cerca de 101 milhões de pessoas, com poder aquisitivo pouco animador? O Vasco, cujas camisas oficiais custam R$ 179,90, encontrou uma nova maneira de penetrar nas classes econômicas emergentes: camisas a R$ 39,90.
O material dos uniformes, evidentemente, será de qualidade inferior ao usado pelos jogadores nas partidas. "Muitos torcedores e até parte da imprensa dizem que as camisas são caras, então desenhamos modelos diferentes, com outra qualidade, para quem pode gastar só esse valor", conta Marcos Blanco, diretor de marketing.
O lançamento dessas peças, na verdade, também será útil para impulsionar o crescimento das lojas oficiais do Vasco, franquias denominadas "Gigante da Colina". Apenas esses estabelecimentos terão disponíveis as camisas em versões populares. "Não iremos brigar com o mercado", argumenta o dirigente à Máquina do Esporte.
Além das camisas populares, uma série de outras vestimentas será lançada por preços mais baixos. Em setembro, por exemplo, está previsto o lançamento de nova linha de agasalhos, por valores inferiores aos praticados pelo mercado, segundo Blanco. Desse modo, espera-se, o interesse pelas franquias oficiais crescerá.
A estratégia coincide com o que profissionais de mercado julgam adequado para o futebol brasileiro. "Há barreiras para entrar na classe C, e preço abusivo é uma delas, porque o valor do produto ainda é a porta de entrada", opina Mario Ruggiero, diretor comercial da Nielsen, empresa global especializada em pesquisas de mercado.
"É claro que a camisa de jogo tem um valor aspiracional, o torcedor tem de desejá-la, mas é preciso oferecer produtos de qualidade que tenham um preço mais atrativo", acrescenta o executivo. Em função do maior acesso à informação e ao crédito, diz ele, linhas voltadas para classes emergentes também tem de priorizar a qualidade.
Fonte: Máquina do Esporte
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