sábado, 21 de abril de 2012

São Januário completa 85 anos neste sábado!!

São Januário, que neste sábado completa 85 anos de fundação, não é apenas um estádio. É o lar dos vascaínos. Uns dizem que é uma segunda casa. Outros, que é a primeira mesmo. É onde Felipe, aos seis anos, deu seus primeiros chutes. Onde Agenor de Brito, atualmente o funcionário mais antigo, teve sua primeira profissão. É onde também muitos torcedores iniciaram sua história de amor com o clube.

São Januário foi inaugurado em 1927. A obra foi custeada pelos próprios torcedores, que levantaram dinheiro para sua construção. Isso pode explicar tamanho orgulho. Mas, para entender mesmo essa ligação, nada melhor do que buscar histórias nos corredores do clube.

Em poucas horas passeando pelo estádio, o LANCENET! ouviu, por exemplo, a rotina de Pedro Paulo Espósito, o Pedrinho. Há 23 anos no clube, hoje é auxiliar administrativo. Em dias de jogos, cuida do acesso de um dos portões. Já viu muita gente entrar e sair. Mas, assistir ao time em campo que é bom, nada.

– Fico no portão, com radinho. Não dá para sair. Posso ter vibrado, mas não vi nem jogos da Libertadores de 1998 – disse Pedrinho.



Quem também está há mais de 20 anos rodando pela Colina é Altair Romão. Ele vende doces no local desde que Felipe não tinha dinheiro nem para pegar ônibus.

– Quando Felipe e Pedrinho eram crianças, eu dava cocada para que eles tivessem dinheiro para voltar para casa – lembrou Altair.

Por falar no filho ilustre, Felipe ainda se sente uma criança, correndo atrás da bola, na Colina.

– Aqui, me sinto em casa. É como uma família. Lembro de vir treinar e depois ficar correndo pela arquibancada. Só tenho boas lembranças – destacou o meia Felipe.


BAT-BOLA COM FELIPE, FILHO ILUSTRE DA COLINA


São muitos anos de São Januário. Chegou aqui aos seis anos de idade, no futsal. Tem muita coisa para contar...


Realmente, é muito tempo. Cheguei ao Vasco para jogar futsal. Lembro que vinha treinar, depois ficava ai, na arquibancada,
correndo. São muitos anos de Vasco. Muita gente continua aqui, dá para ver que os funcionários estão aqui porque também
amam o clube. Quando voltei, há dois anos, encontrei um monte de gente da minha época. Fiquei muito feliz.

É realmente como uma família, então?

Todos se dedicamos ao máximo ao Vasco. É como uma família. É importante esse carinho, conheço do presidente ao faxineiro. Es-
se contato que tenho com todos é realmente gratificante.

E dá para destacar algum momento inesquecível para você, jogando no estádio?

Na realidade, os títulos são inesquecíveis. O primeiro deles foi em 1997, vencemos o Campeonato Brasileiro. Ainda mais por-
que foi meu primeiro ano de profissional. O último também foi especial, o da Copa do Brasil, pois o Vasco estava há muito tempo sem conquistar um título importante. Todos são muito emocionantes.

Como o da Libertadores, de 1998? O jogo contra o River, por exemplo, marcou muito?

Acho que o jogo contra o River Plate foi um desafio maior. Todo mundo considerou como uma final antecipada, porque o Barcelona não era de muita expressão. Enfim, foi o Vasco que me projetou. Vivi muitas alegrias em São Januário que jamais vou
esquecer.

MAIS ANTIGO FUNCIONÁRIO FOI ADMITIDO EM 1955

Entre tantos funcionários com anos e anos de São Januário, o mais antigo deles, Agenor de Brito, se emociona ao lembrar de tudo o que já viveu no estádio. Ele é o funcionário mais antigo do Cruz-Maltino atualmente.

Responsável pela casa de máquinas da piscina, Seu Agenor de Brito, hoje com 75 anos, chegou ao clube ainda adolescente. Foi admitido em abril de 1955. Durante os anos, deu aula de natação e foi até salva vidas do clube. Enfim, tem muita história para contar.

– Em 1960, 1970, a piscina ficava cheia. Os portugueses todos na arquibancada. Hoje mudou muito. No futebol, vi muito time bom. Eu sempre ia aos jogos. Agora, sei que sou o mais antigo funcionário vivo, fui admitido em 1955. Conheci quase todos os presidentes, quase todos os craques do Vasco. Sou muito grato ao Vasco, são anos e anos de coisas que vivi em São Januário. É muito tempo – disse Agenor.

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