sexta-feira, 16 de março de 2012

Racismo Não: Torcida pede "Camisas Negras" como resposta!


Também pela internet, os torcedores do Vasco começaram movimento para que o time entre em campo com a antiga camisa três. Os “Camisas Negras” lembravam o time campeão em 1923, o primeiro título Carioca do Vasco, com jogadores negros e pobres, que não eram aceitos nos grandes clubes. Ano passado, o clube lançou a camisa toda preta, com a cruz de malta na altura do peito e foi sucesso de vendas. A camisa azul, porém, atual uniforme três, ainda não caiu no gosto da torcida vascaína.


Dedé: ‘Os ânimos estão acirrados. Não fomos bem tratados’

O empate com o Libertad deixou sequelas que serão guardadas para o jogo da semana que vem, em São Januário, pela Libertadores. Os jogadores do Vasco desembarcaram no Rio de Janeiro nesta quinta-feira revoltados com o tratamento recebido no Paraguai. Os zagueiros Dedé e Renato Silva também disseram ter sido vítima de racismo durante a partida, quando foram chamados de “macaco”.
— Teve um torcedor babaca que me chamou de macaco. Isso é muito ruim que ainda aconteça no futebol. Independentemente de ser no Brasil ou em outro país. Infelizmente ainda vai acontecer outras vezes — disse Dedé.
O zagueiro reclamou ainda do tratamento recebido pelo Vasco em Assunção:
— Os ânimos já estão acirrados. Não fomos bem tratados lá. Não deixaram a gente treinar no campo, o vestiário era abafado — afirmou.
Quando chegou no Paraguai, o Vasco foi proibido de fazer o reconhecimento do gramado no estádio Nicolas Leóz.


A campanha faz tanto sucesso que a hashtag #CamisasNegrasContraOLibertad atingiu na noite desta quinta-feira (15) os ‘trending topics’ no Twitter e se tornou um dos assuntos mais comentados na rede social .


– É chato ouvir um babaca chamar a gente de macaco. Sei que não é a primeira e nem será a última vez. Fico triste, mas mantenho a cabeça erguida. Tenho orgulho da minha cor e da minha raça. Não é isso que irá me abalar – afirmou o camisa 23.

Conheça a história dos Camisa Negras:

Nosso clube comprou essa briga há mais de 100 anos, mas até hoje, mesmo com todo grau de evolução que a sociedade atingiu, ainda vemos ofensas a negros no futebol, como ocorreu com o Dedé, agora no Paraguai.
Esta história começa no ano de 1923, quando o Vasco conquistava seu primeiro campeonato carioca, justamente na primeira oportunidade de disputá-lo, em sua primeira divisão. O clube com fortes raízes na colônia portuguesa do Rio de Janeiro e com uma equipe de futebol formada por negros, brancos e mulatos, todos muito humildes, era um tapa da cara da alta classe racista que dirigia os clubes considerados grandes.
O racismo e o preconceito eram coisas comuns à época e, na Liga Metropolitana, que organizava o campeonato, não era diferente. O senhor, Mário Polo, presidente do Fluminense, apresentou condições para a inscrição dos jogadores das equipes, que excluía a possibilidade das pessoas humildes participarem da competição, prejudicando diretamente o Vasco e favorecendo Fluminense, Flamengo, Botafoto e América.
Com a confusão que se criou, os clubes grandes, formaram uma nova entidade, denominada Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, achando que os clubes menores, naturalmente se filiariam à nova entidade, para participar da competição, com as novas regras.
Na sociedade da época, este ato absolutamente preconceituoso, era visto como algo normal. O que não foi normal, foi a reação do Vasco, que emitiu uma carta eivada de muita coragem, solidariedade, dignidade e total fidelidade aos atletas que honraram a camisa do Vasco. Com isso, nos retiramos da competição para voltar somente após a construção de São Januário, como o maior clube do Brasil! Esta história de superação é hoje, um exemplo para o mundo e esta carta, se tornou um marco no combate ao racismo e deve continuar a ser lida daqui a 100 anos, em todas as aulas de história.
A sociedade hoje evoluiu bastante, mas atos racistas continuam ocorrendo no futebol repetidas vezes, impunemente. Nós, que somos vascaínos e estamos com o Vasco em todas as suas lutas, glórias e derrotas, carregamos conosco também, a sede de guerra contra o racismo! É nosso dever, nos mobilizar para dar uma resposta pacífica, porém contundente, aos atos que foram praticados contra nosso maior ídolo!
Desta forma, peço que todos os vascaínos compareçam a São Januário no dia 21 de março (quarta-feira), vestidos com camisas negras! Lembrando sempre da coragem do Dr. José Augusto Prestes, que enfrentou o sistema e venceu!
Liderados pelo nosso guerreiro Dedé, essa vitória em São Januário, será mais um tapa na cara do racismo no futebol.


TODOS OS HOMENS SÃO IGUAIS, MAS O VASCO DESCOBRIU ISSO ANTES!

Nenhum comentário:

Postar um comentário