quinta-feira, 14 de julho de 2011

Opinião: 'Do mínimo de Juninho aos milhões de Tevez'

"Volto sem ação de marketing alguma. Eu e o Vasco somos parceiros, na alegria e na tristeza. Volto para ganhar um salário mínimo, porque preciso ser justo com o torcedor. Tenho que dar resultado e, se acontecer, sou premiado.” A declaração foi dada por Juninho Pernambucano, ainda em abril, ao anunciar que voltaria para o Vasco, dez anos depois de ter ido jogar no Lyon (FRA) – clube pelo qual jogou, aliás, por oito longas temporadas.

Para quem não sabe, o salário mínimo hoje, no Brasil, é R$ 545, “reajustado” em março deste ano. O pedido de Juninho pode parecer demagogia ou fanfarrice para dirigentes, jogadores, agentes e torcedores nesses tempos de propostas que beiram os R$ 100 milhões e de se salários que superam R$ 1 milhão/mês. Mas não é.

Juninho foi jogar na França com o claro propósito de um dia retornar ao Vasco. Mas voltaria, como escreveu André Kfouri neste LANCE! na semana passada, desde que a diretoria liderada por Eurico Miranda não estivesse mais no clube.

Com Roberto Dinamite, ele voltou. E para receber R$ 545 até o fim deste ano. Porque ele, simplesmente, não sabe se pode jogar e produzir como esperam a torcida que o idolatra e a diretoria que o contratou. Porque ele tem consciência de que não é mais o Juninho herói da Libertadores de 1998. Ou o Juninho que conquistou SETE dos SETE títulos nacionais do Lyon, entre 2001 e 2009, nos oito anos que lá ficou.

Juninho, pela obra que construiu no Vasco e no Lyon, vale mais do que os R$ 100 milhões (incluindo impostos) que o Corinthians pagaria (ou pagará...) por Tevez. Juninho não tem preço. Tevez e Kleber valem aquilo que os clubes se propõem a pagar por eles. Mas um pouco da consciência de Juninho lhes faria muito bem.

(Matéria reproduzida diretamente da versão papel do Jornal Lance)
Fonte: Jornal Lance

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