segunda-feira, 23 de maio de 2011

Edmundo fala sobre Vasco, Dinamite, e Romário.

Edmundo Alves de Souza Neto, 40, é uma das figuras mais polêmicas e vitoriosas do futebol brasileiro. Com passagens marcantes por Palmeiras e Vasco, e outras nem tão brilhantes por clubes como Fluminense, Flamengo, Corinthians e Fiorentina-ITA, o “Animal” é reverenciado por onde passa. De passagem por Manaus, na última sexta-feira, quando defendeu o Vasco na Copa Brasil de Beach Soccer e marcou dois gols no Flamengo, o ex-jogador falou ao CRAQUE sobre a volta ao Vasco, carreira e algumas frustrações. Ele também exerceu um pouco da sua atual profissão - a de comentarista - e deu seus pitacos sobre a Seleção.

O que significou para você voltar a vestir a camisa do Vasco aqui em Manaus?

Minha ligação com o Vasco sempre foi muito grande. Pra mim é sempre um prazer ter meu nome ligado ao Vasco. Eu resolvi participar da competição porque conheço o Jorginho e o Junior Negão há muitos anos, desde quando o beach soccer começou a ser fomentado. Lá por 92, 93. Recentemente o Vasco foi campeão do mundialito. Eu fiquei feliz. Encontrei o Negão e ele me convidou pra jogar. Ele disse que a conquista teria sido mais fácil comigo.

Mas você pretende seguir carreira nas areias?

Eu me divido entre Rio e São Paulo, não tenho tempo para treinar todo dia com eles. Infelizmente não posso jogar todos os jogos de uma competição. Fica uma situação complicada. Eu fico meio com receio de as pessoas não acharem legal essa coisa de jogar um jogo e ir embora. Não vou conseguir correr o que os moleques correm, e nem ter a mesma habilidade na areia. Fico contente de participar, mesmo que seja assim, por poucas vezes.

A maioria dos jogadores sonha em terminar a carreira de forma vitoriosa. Você pendurou as chuteiras com a queda do Vasco para a Série B. Ficou frustrado por isso ?

Acho que na vida você tem que estar preparado para tudo. Tanto para o sucesso, quanto para as derrotas. Claro que a gente treina e se dedica para obter o sucesso. Quando se tem uma derrota, principalmente como uma queda para a Série B no meu último jogo como profissional. Claro que isso é frustrante. Fiquei triste porque o Vasco é o meu time de coração e também pelo lado profissional. Mas tudo tem o dia seguinte. É quando você percebe a repercussão das coisas. Embora a torcida tenha ficado triste, me isentaram de culpa. Recebi manifestações de carinho e respeito. Eu até acho que tive culpa. Todos que estavam no processo foram responsáveis direta ou indiretamente pela queda. Quanto à isso fico tranquilo. Não fiz festa por jogar a primeira partida, também não acho que deva fazer uma festa de encerramento. Tudo na vida começa e acaba.

Gostaria de ter continuado defendendo o Vasco da Gama na Série B?

Meu contrato vencia em janeiro e eu fiquei triste pela falta de consideração, da diretoria do Vasco. Eles agiram mal comigo. Eu poderia até não querer continuar, mas ao menos eles poderiam ter me despedido com elegância. Mas isso também já tem dois anos e meio. Minha vida seguiu, me encontrei em uma outra função. Eu gosto é do Vasco. O clube vai existir para sempre e enquanto eu existir, vou gostar do Vasco, independente deste ou do outro presidente. Eu não tenho absolutamente nada contra o Roberto (Dinamite), mas o que importa pra mim realmente é o Vasco. Fico feliz com a vitória, triste com as derrotas. Tenho um contato diário com os torcedores. De cada cem, 99,9% são de elogios.

Você veio à Manaus jogar um Flamengo e Vasco na areia. Mas qual foi o ‘clássico das multidões’ mais marcante para você em campo?

Em 97, nas semifinais do Brasileirão. Eu fiz três gols e bati o recorde de artilharia em campeonatos brasileiros naquela partida. Dali nós partimos para o título. Isso me marcou. Me sinto como um torcedor. Tem uma história aí de que o Vasco é vice, sempre perde para o Flamengo. Ela não é muito real, porque o Flamengo já foi vice muito mais vezes do que o Vasco. Isso aconteceu lá atrás, nas décadas de 30 ou 40, quando a gente não era nascido. Nos últimos anos, é que esta história cresceu.

Sua parceria com o Romário sempre gerou expectativa, mas vocês poucas vezes conseguiram obter sucesso juntos. Porque o ‘ataque dos sonhos’ não vingou?

Cara, esta é uma boa pergunta. Nunca parei para pensar nisto. Talvez no Vasco tenha dado mais certo porque o time era melhor. Uma dupla de ataque sempre precisa de um bom time. Às vezes os clubes fazem um esforço pra contratar um ou dois grandes atacantes e se esquecem do resto. Na seleção o que me atrapalhou foi a “entressafra”. Na minha primeira convocação, o ataque tinha Romário, Bebeto, Careca, Renato, só fera. Depois apareceu o Ronaldo. Acabei perdendo pro mais velho e pro mais novo (risos).

Fonte: Portal A Crítica

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